Sim, foi assim que a minha mao
Surgiu de entre o silencio obscuro
E com cuidado, guardou lugar
A flor da primavera e a tudo
Manha de Abril, e um gesto puro
Coincidiu com a multidao
Que tudo esperava e descobriu
Que a razao de um povo inteiro
Leva tempo a construir
Ficamos nos, so a pensar
Se o gesto fora bem seguro
Ficamos nos, a hesitar
Por entre as brumas do futuro
A outra accao prudente
Que termo dava, a solidao da gente
Que desesperava, na calada e fria noite
De uma terra inconsolavel
Adormeci, com a sensacao
Que tinhamos mudado o mundo
Na madrugada, a multidao
Gritava os sonhos mais profundos
Mas alem disso, um outro breve inicio
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz, a sua voz